sexta-feira, 21 de maio de 2010

Não é a cara do pai?

De repente lá estava eu na "Prainha de Congonhas", com pantufas nos pés e um pijama de flanela bem quentinho. Eis que o vento muda para a 35 trazendo consigo, além daquele cheiro horrível de esgoto, uma revista que se desfolhava parando no meu tornozelo. Meio entediado com aquele movimentozinho "micho" de Congonhas, engessado pelo slot, pus-me a ler despreocupadamente a matéria de capa. Poxa! Que assunto!

Diante da preocupação geral quanto à estrutura e capacidade do transporte aéreo brasileiro para atender aos megaeventos que se aproximam em 2014 e 2016, autoridades do setor divulgam com exclusividade para nossa reportagem, o ousado e secreto projeto genoma brasileiro. Desenvolvido e guardado a sete chaves nos últimos quinze anos, revelamos em primeira mão tudo sobre o "Projeto CHUTA – Clonagem Humana no Transporte Aéreo".

Ah! Agora sim a imprensa terá respostas para suas dúvidas quanto à eficácia dos sistemas que compõem o transporte aéreo. Escassez de tripulantes? CHUTA! Falta de controladores? CHUTA! Falta de mecânicos, não é preciso nem pensar, CHUTA também!

O Projeto CHUTA consiste basicamente em isolar os gens dos diversos profissionais da aviação, reproduzindo apenas aqueles cujas características atendam às necessidades da área. Controladores de tráfego aéreo a partir da década de 90 foram secretamente clonados e suas cópias já começam a ocupar as consoles nos órgãos de controle de todo o país.
Com o problema da escassez em recursos humanos equacionado e a infraestrutura circense alegremente instalada nos aeroportos das cidades sede, acredita-se que o sistema de transporte aéreo brasileiro atenderá com folga a demanda esperada, podendo até vender  o produto com transferência de tecnologia para países menos favorecidos como Inglaterra, Estados Unidos, França e Alemanha.

Que venha a “Copa”! Que venha “Olimpíadas”! Que venha a... a...  Oops! que sonho besta! Preciso ir ao banheiro. Poxa... não é que aquele bebê era a cara do Mané?


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