segunda-feira, 30 de abril de 2012

A hora e a vez da criatividade brasileira na infraestrutura aeroportuária.

19 de Julho de 2010
Enquanto esse humilde especialista em controle de tráfego aéreo se arrisca a analisar e a opinar sobre a falta de consistência do parque aeroportuário brasileiro, a sociedade se mostra completamente surda, mas basta um representante do poder político-econômico sussurrar com seus botões e todos se apavoram.

Não dá tempo de reformar os aeroportos!

A frase acima é de autoria do presidente do SNEA, sindicato representante das empresas aéreas, que apesar de hoje traduzir uma constatação antiga dos verdadeiros especialistas em aviação, não provocou nos últimos dez anos nenhuma reação. Concordo com sua constatação tardia, pois, não se pode parar as operações de um aeroporto para reformá-lo. A única saída é "assoviar e chupar cana" ao mesmo tempo, e isso definitivamente não é seguro. Mas agora a sociedade está com medo!
Por incrível que pareça, esse medo não se relaciona à insegurança no espaço aéreo, se relaciona com a possibilidade de uma desgraça esportiva caso o Brasil seja desqualificado a sediar a Copa do Mundo de Futebol ou as Olimpíadas. Não deixo de dar razão aos “cartolas” quanto à importância do fato, pois um povo que confunde patriotismo com torcida uniformizada não pode ficar sem essa cachaça, apesar de achar que a seleção de futebol não passa de uma vitrine onde um grupo de mercenários se expõe enquanto aguarda por propostas milionárias de contratos. Alguns "ídolos" até se bandeiam para outros países negociando sua cidadania em troca de dinheiro, aprendem a cantar o novo hino e o fazem com a mão espalmada no peito como prova de “Patriotismo”. Patriotismo? Bem, essa é outra história.
Enquanto isso, só o que se espera é que a criatividade do brasileiro floresça e justifique o lema tupiniquim que diz: “Na hora sai!” 
Aeroportos da Copa: prazo apertado para as obras
Medidas urgentes precisam ser tomadas para passageiros não voltarem a conviver com transtornos que marcaram caos aéreo.
O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), José Márcio Mollo, diz que “não compartilha do otimismo das autoridades” em relação ao andamento de ampliações de terminais e melhorias nos sistemas de pista:
– Não dá tempo de reformar os aeroportos.
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Celso BigDog

Não me venha com cicuta. Deixe-me filosofar!


 Publicado em 21 de Dezembro de 2008

“- A verdade não está com os homens, mas entre os homens.”
Sócrates
Que desgraça maior pode haver do que a desesperança? O que pode ser tão frustrante quanto um coito interrompido senão um ideal desfeito? O que pode ser mais desanimador hoje do que a chegada dessa ICA 100-25, quando esperávamos ansiosamente por algo mais nobre, como por exemplo o reconhecimento profissional? Enquanto nos esforçamos gratuitamente para atingir a excelência no trabalho ATC, tropeçamos nesse obstáculo burocrático, descabido e desagregador.
Basta passar rapidamente os olhos nas páginas da dita cuja e de pronto já se sente o peso indigesto da discriminação e do preconceito contra o Controlador de Tráfego Aéreo. Mesmo estando na reserva senti-me ferido por essa formalização de apartheid castrense. Deveria ser motivo de honra pertencer à única especialidade do SISCEAB que, pela responsabilidade agregada ao desempenho da função, tem uma instrução só para si, mas não é. Diferente do que se propunha o falecido Manual do Controlador, essa instrução não se manifesta na direção da segurança, da qualidade do trabalho e de vida. Simplesmente recria dentro da corporação uma justificativa para o uso da palmatória, dos joelhos no milho e reedita o chapéu adornado com orelhas de burro, para subjugar e assediar coletivamente seus subordinados, justamente aqueles mais comprometidos e sensíveis à segurança aérea. Acredito que pelo “andar da carruagem”, numa primeira revisão da publicação, podemos esperar a inclusão de emendas como “O uso racional do corrimão nas escadas da TWR”; “Procedimentos para a profilaxia bucal e de próteses dentárias do ATCO”, ou ainda “Tabela de altura para cálculo do distanciamento correto do vaso sanitário para a micção masculina em pé”.
Não imagino onde isso pretende nos levar. Temo que o País pague novamente um alto preço por esses ingênuos equívocos que, de efeito retardado, eclodirão somente daqui a cinco ou dez anos, exatamente quando seus idealizadores já estiverem afastados da ativa da Força e a salvo das responsabilidades administrativas, que o tempo se incumbirá de apagar. Nós já assistimos a esse filme. Amanhã a história se repetirá, reeditada com um novo diretor, novo elenco, novos equipamentos, novos sistemas, mas conservando os velhos problemas de ontem e de hoje.
Num País de esfomeados, de escassez de oportunidades, onde um chefe de família prostitui suas filhas em troca de cestas-básicas, não será difícil arregimentar rapidamente voluntários, em quantidade suficiente para suprir as lacunas deixadas pelo o êxodo dos BCT. Também não será difícil convencer a opinião pública entupindo as torres de controle com jovens uniformizados e servis. E se hoje a questão da qualificação operacional já nos preocupa, o que dizer desse futuro próximo quando a baixa capacidade técnica, a baixa qualidade intelectual e a alta rotatividade na carreira, depararem-se com o vertiginoso aumento das operações aéreas decorrentes da Copa do Mundo de 2014 e, quem sabe, das Olimpíadas Rio 2016? Até quando será possível “alugar os dinossauros do ATC” como se fossem carpideiras a comporem o teatro que disfarça as fraquezas do Sistema?
Não temos muito tempo para corrigir essa deriva, pois a situação se encaminha para uma condição endêmica no SISCEAB. Se não houver um empenho coletivo, se uma respeitosa união de todos os níveis hierárquicos não se consolidar em torno da questão, podem ter a certeza de que em breve a segurança aérea estará sendo silenciosamente estuprada, exposta a riscos indescritíveis, incalculáveis e inacreditáveis.

“- Que se tenha o máximo de documentação. Façam filmes, gravem testemunhos, porque com certeza, ao longo da história, algum idiota se erguerá para dizer que isto nunca aconteceu”.
General Dwight David Eisenhower - 1945

Estando imbuído do mais nobre espírito Sipaer, é assim que eu penso.
Paz e Bem!
Celso BigDog

sábado, 21 de abril de 2012

Aviação Civil Brasileira. A Arquitetura de um fracasso.



Um Anjo me contou!

Como se não bastassem os problemas das negociações do Governo Federal com a iniciativa privada sobre a concessão dos grandes aeroportos, o sadismo da administração aeroportuária de Congonhas, SAC, INFRAERO, DECEA, ANAC, CGNA, começou a abrir slots (horários de voos) nos fins de semana para voos charter e “low fair”. Acostumados com um ligeiro silêncio nos entremeios de suas folgas, o morador do entorno aeroportuário começa a sentir que não há muita diferença entre as manhãs de dias úteis, quando o aeroporto opera como um vespeiro, e os dias de descanso.
O Anjo apostou ainda uma de suas asas, que foram “abertas” possibilidades de mais 220 voos “de e para” Congonhas nos finais de semana e feriados. Como esse crescimento é gradativo, alguns vizinhos mais sensíveis já começaram a reclamar. Pode ter certeza que não é mera coincidência.
A SAC informou que pretende aumentar a aviação regional (cujos aviões são os mesmos) em 61%, e, aumentar o número de aeroportos/aeródromos dos atuais 130 para 210 até 2014. Acredito que teremos que procurar uma maneira de lançar mão de recursos humanos externos, de países africanos de língua portuguesa, para suprir a demanda. Como não há espaço físico para expansão de infraestrutura, puxadinhos e sistemas emergenciais de transporte de bagagens serão estrategicamente posicionados a menos de 100 metros do aeroporto, o que pode ocasionar algumas desapropriações no entorno.
Não assoprando a brasa do pessimismo, acredito que a aviação civil e o transporte aéreo brasileiro já se atolaram até o pescoço nessa pista de areia movediça, afundando mais a cada nova brilhante ideia.
Uma frase política induz seus membros a vencer o Governo Federal pelo cansaço. É jocosamente dita aos cochichos entre os interessados:
"Você pede tudo o que tiver vontade, sabendo que vai receber um NÃO como resposta. Então, trabalhe bastante, para tentar ganhar um SIM." 
Estamos preparando o maior fiasco da história da aviação civil brasileira. Quem viver, verá. Quem sabe, eu também?
Celso BigDog

terça-feira, 17 de abril de 2012

SÃO PAULO - O inferno entre o céu e a terra!


Num momento de lucidez...

Não!
Não é possível! Não acredito! Não está certo! Não vai dar tempo. Não houve acordo. Não sabia! Não é minha essa cueca! Não é minha essa meia, essa bolsa, essa conta corrente, essa vergonha.
Enquanto o brasileiro de bem procura um lugar para esconder a cara de tanta vergonha os mandatários da Nação, em todos os níveis, usam e abusam de uma palavra de consenso: NÃO!
Impossível que nessa plêiade de estrelas cadentes (acredito ainda em Papai Noel e Ficha Limpa), algumas não caiam para nunca mais voltar.
A FAB faz sua parte como quem olha uma paisagem. Debruçada na janela assistindo o movimento na rua comenta com as vizinhas fofoqueiras que um fulano foi pego jogando lixo na calçada, mas  não dá seu testemunho oficial para que ele seja cobrado.


AMIGOS,
A verdade é que há um perigo muito grande voando em São Paulo, e que pode ser muito pior e devastador do que o mosquito da Dengue. Previna-se!
No vídeo pode-se notar uma foto do movimento da Terminal Aérea de São Paulo após chuva forte e interdição de Congonhas devido a um vazamento de combustível.
Não imagino como será se, qualquer empecilho frustrar o que tem sido planejado para os períodos de Copa do Mundo e Olimpíadas. Não existe plano "B".
Para que os os leigos entendam, cada etiqueta apresentada nessa foto de uma tela de RADAR (que é o céu de São Paulo, Guarulhos, Santos, Sorocaba, Bragança Paulista, Campinas, São José dos Campos e Pirassununga), é uma aeronave que tanto pode conter 2 como 300 ou mais pessoas.
Etiquetas ou Alarmes visuais Vermelhos sinalizam que há algo errado com a segurança aérea.
Deus nos proteja de nossas próprias deficiências humanas, e ilumine Pilotos e Controladores de Tráfego Aéreo durante seus turnos de trabalho. o vídeo do link mostra a grandiosidade da metrópole e o que temos de transporte coletivo de qualidade para que aeroportos não fiquem ilhados com trânsito caótico, sem metrô suficiente e sem vias expressas. Num País sério, jamais se cancelariam as aulas, o ensino das crianças, em detrimento de partidas de futebol, ainda que seja dessa monta.
Paulistas/Paulistanos nativos ou não, façam valer a força que move esse País e procurem saber sobre os movimentos que estão sendo programados nas Redes Sociais. O homem, ainda que seja assolado por um Câncer incurável como eu, só não pode perder a capacidade de indignar-se!
Paz e bem!
17/04/201206h00
Longe dos padrões mundiais de excelência, aeroportos brasileiros correm atrás de décadas de negligência
Camila Campanerut
Do UOL, em Brasília
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/04/17/brasil-corre-atras-de-quase-duas-decadas-de-negligencia-na-aviacao-dizem-especialistas.htm
Celso BigDog