sábado, 21 de abril de 2012

Aviação Civil Brasileira. A Arquitetura de um fracasso.



Um Anjo me contou!

Como se não bastassem os problemas das negociações do Governo Federal com a iniciativa privada sobre a concessão dos grandes aeroportos, o sadismo da administração aeroportuária de Congonhas, SAC, INFRAERO, DECEA, ANAC, CGNA, começou a abrir slots (horários de voos) nos fins de semana para voos charter e “low fair”. Acostumados com um ligeiro silêncio nos entremeios de suas folgas, o morador do entorno aeroportuário começa a sentir que não há muita diferença entre as manhãs de dias úteis, quando o aeroporto opera como um vespeiro, e os dias de descanso.
O Anjo apostou ainda uma de suas asas, que foram “abertas” possibilidades de mais 220 voos “de e para” Congonhas nos finais de semana e feriados. Como esse crescimento é gradativo, alguns vizinhos mais sensíveis já começaram a reclamar. Pode ter certeza que não é mera coincidência.
A SAC informou que pretende aumentar a aviação regional (cujos aviões são os mesmos) em 61%, e, aumentar o número de aeroportos/aeródromos dos atuais 130 para 210 até 2014. Acredito que teremos que procurar uma maneira de lançar mão de recursos humanos externos, de países africanos de língua portuguesa, para suprir a demanda. Como não há espaço físico para expansão de infraestrutura, puxadinhos e sistemas emergenciais de transporte de bagagens serão estrategicamente posicionados a menos de 100 metros do aeroporto, o que pode ocasionar algumas desapropriações no entorno.
Não assoprando a brasa do pessimismo, acredito que a aviação civil e o transporte aéreo brasileiro já se atolaram até o pescoço nessa pista de areia movediça, afundando mais a cada nova brilhante ideia.
Uma frase política induz seus membros a vencer o Governo Federal pelo cansaço. É jocosamente dita aos cochichos entre os interessados:
"Você pede tudo o que tiver vontade, sabendo que vai receber um NÃO como resposta. Então, trabalhe bastante, para tentar ganhar um SIM." 
Estamos preparando o maior fiasco da história da aviação civil brasileira. Quem viver, verá. Quem sabe, eu também?
Celso BigDog

Um comentário:

  1. celso, lembra quando passamos a usar "STARS" em São Paulo? o chefe achava que era só colocar os caras "na linha" e deixar voar...tivemos que fazer algo que quase nunca fazíamos: interromper as entradas na TMA; depois, como o ACC não sabia fazer seqüência, botava todo mundo em órbita o que acabava gerando atrasos incalculáveis; depois,começamos a dar pitaco nos assuntos do ACC determinando separações longitudinais na entrada de nossa TMA e eles começaram a fazer a tal seqüência e para tal, começaram a interferir nos aeroportos, determinando separações nas decolagens...de repente, parece que a coisa engrenou e o nosso serviço ficou mais fácil.
    o que eu realmente espero é que os "ESPECIALISTAS EM CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO" vulgo controladores de vôo, consigam desfazer esse novo nó que nos é apresentado e, que nós dois e muitos outros estejam vivos e com saúde, para ver o triunfo dos ATCO.

    grande abraço

    ResponderExcluir

Deixe aqui seu comentário. Obrigado!