quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Open Skies: - "Quanto mais eu rezo, mais a aviação aparece!"

Postado em 26 de março de 2012
Setorização dos órgãos podem trazer mais capacidade de controle, maior agilidade no fluxo de saída de aeronaves para EUA e Europa com o acordo chamado de "Open Skies", no entanto esconde um custo operacional infinitamente maior para as aeronaves que chegam ao Brasil, com órbitas em rota, e a famosa STAR “com bola ou sem bola”. O maior problema ainda não é esse. Os maiores são os que envolvem segurança. A formação em bateladas de controladores sem a mínima experiência laboral, lançados na rede com o doutrinamento de que fazem parte de um seleto grupo “NG”, formados em simuladores sequenciais de TWR, APP e ACC como se a experiência de uma atividade efetiva de OJT fosse coisa do passado. Que Deus nos livre e guarde. Não querendo bater na mesma tecla, mas sem outro meio de exemplificar, o controlador protagonista do acidente Legacy X GOL foi de uma das primeiras turmas a experimentar tal grade curricular. E, diga-se de passagem, sua homologação foi feita na canetada depois de ter sido reprovado operacionalmente pelo Conselho Operacional de Brasília por três vezes consecutivas. Só ele foi responsabilizado e condenado.
Pousar não significa que o piloto terminou sua missão. Do toque até o gate, vai uma eternidade, um pouco de sorte, a destreza do operador de pátio da Infraero e da envergadura da aeronave. Da habilidade do controlador do ground. É comum vermos filas em Taxiway, com o controlador instruindo, siga aeronave tal, faça taxi lento e aguarde definição de gate.
Acredito que em breve nossos amigos Americanos e Europeus vão descobrir que compraram uma coruja por papagaio. É bom que se diga que, falar ela não fala, mas presta uma atenção incrível!


Matéria completa, extensa, mas interessante:

BRASIL FECHA ACORDOS E 'ABRE OS CÉUS' PARA EUA E EUROPA, E TRÁFEGO CRESCE 50%
Cristiano Romero
De Brasília Valor Econômico - 18/03/2011

O Brasil vai liberalizar os voos internacionais com os dois principais mercados do país: a Europa e os Estados Unidos. A negociação do acordo com a União Europeia foi concluída ontem e deve ser assinado em meados de junho. O acordo com os EUA, cujas negociações foram concluídas em dezembro, será assinado hoje, em Brasília, pelos chanceleres dos dois países e será mencionado em discurso pelo presidente Barack Obama como um dos trunfos de sua visita ao Brasil no fim de semana. Os termos dos acordos foram antecipados ao Valor. No caso da UE, a liberalização total, conhecida no jargão da aviação como "open skies" (céus abertos), será feita em etapas e concluída em três anos, para dar tempo às empresas aéreas de se prepararem para a livre concorrência. No acerto com os Estados Unidos, a liberalização completa ocorrerá em 2015. A política de ampliação de voos internacionais e de liberalização desse mercado, posta em prática pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) desde 2007, aumentou em quase 50% o tráfego de passageiros nos últimos quatro anos. Segundo a Anac, entre 2000 e 2006, o tráfego internacional cresceu 4,5% ao ano no Brasil. De 2007 a 2010, a taxa de crescimento anual saltou para 8,1%. No ano passado, foram transportadas quase 15 milhões de pessoas nesse segmento do mercado, face a 7,8 milhões em 2000. O Brasil tem hoje acordos bilaterais de transporte aéreo com 15 países europeus. Com o acordo fechado ontem com a União Europeia (UE), passará a ter acesso a 27 países daquele continente. A liberalização completa, pelo sistema "open skies" (céus abertos), será concluída num prazo menor que o do contrato negociado com os Estados Unidos - em quatro fases, em vez de cinco. A data de implementação dependerá, no entanto, do momento em que o acordo for assinado entre o chanceler brasileiro e o comissário europeu. O acordo com os EUA, cujas negociações foram concluídas em dezembro, será assinado hoje, em Brasília, pelos chanceleres dos dois países. O superintendente de Relações Internacionais da Anac, Bruno Dalcolmo, diz que o acordo com a UE será assinado em meados de junho. Na primeira fase, que entrará em vigor imediatamente, será autorizado um aumento de 20% no número de voos semanais (ou frequências) para quaisquer aeroportos do país, à exceção de São Paulo. A mesma regra será aplicada em 12 a 24 meses depois da primeira liberação. Depois de 36 meses, a liberdade será completa. Na prática, os acordos facilitarão a conectividade de passageiros brasileiros com diferentes partes do mundo. Hoje, dos 83 acordos bilaterais firmados pelo Brasil, apenas 18 são "open skies". Com os contratos firmados com os Estados Unidos e a União Europeia, passarão a ser 20. Nos últimos quatro anos, a Anac fechou 41 acordos, dos quais, 28 já existiam e foram modernizados e 13 são novos. Graças a esses contratos, brasileiros podem fazer hoje voos, alguns diretos, para 17 novos destinos internacionais, entre eles, Istambul, Dubai, Doha, Cingapura, Hong Kong e Moscou. "O Brasil precisa de maior e melhor conectividade com o mundo. O que nós queremos é conectividade e mobilidade", disse Dalcolmo ao Valor. "Antes, eram poucos passageiros, poucos voos, poucas empresas e preços altos." O número de voos internacionais por semana avançou de forma significativa. Entre 2007 e 2010, cresceu 17%, desconcentrando um pouco os embarques e desembarques no eixo Rio-São Paulo. O aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, por exemplo, tinha 14 voos em 2007. Hoje, tem 54. Curitiba não tinha nenhum. Hoje tem sete. Até 2005, 90% dos voos eram concentrados no eixo Rio-São Paulo. No ano passado, esse percentual caiu para 60%. "Ainda é alto, mas já diminuiu bastante", diz Dalcolmo. No caso das rotas para os Estados Unidos, tem ocorrido um aumento nos voos para o Galeão. Em 2005, eram apenas sete voos para os EUA. Em 2010, chegaram a 41. Já o número de voos para o aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, passou de 116 para 120 no mesmo período.  A liberalização e a ampliação dos voos internacionais, uma política adotada pela atual presidente da Anac, Solange Vieira, cujo mandato termina amanhã, têm fortalecido, até o momento, as empresas nacionais. A TAM, informou Dalcolmo, não tinha voos para a Europa há cinco anos. Graças à política posta em prática pela Anac, detém hoje 23% desse mercado, que é menor apenas que o da portuguesa TAP, com 29%. Na América do Sul, a TAM é a líder, com 34% do mercado. A Gol, a segunda, tem 28%. A TAM tem posição de destaque também nos voos para a América do Norte. Responde por 27% do mercado, um ponto percentual apenas abaixo da posição detida pela American Airlines. Neste momento, segundo a Anac, a TAM está em fase de implementação de voos entre o Rio de Janeiro e Frankfurt, Londres e Nova York. Isso ajudará a empresa a reforçar sua posição nesses mercados. Por definição, explicou Dalcolmo, a política de "open skies" não inclui voos domésticos realizados por empresas estrangeiras. Este é um tabu existente em todo o mundo. Em geral, os voos locais, com exceção do mercado europeu, são feitos por empresas nacionais. Por outro lado, os acordos que o Brasil tem firmado lá fora estão permitindo estabelecer voos diretos que antes não existiam. No contrato feito com Cingapura, por exemplo, ficou estabelecido que a Singapore Airlines poderá transportar brasileiros para e a partir de Barcelona, na Espanha. Hoje, essa rota não existe. O sucesso da política de flexibilização de voos internacionais dependerá, no entanto, do desenvolvimento da infraestrutura dos aeroportos nos próximos anos. Sem isso, as empresas não terão como ampliar o número de rotas. É por essa razão que o governo Dilma Rousseff planeja investir pesadamente nessa área, com a criação da Secretaria Nacional da Aviação Civil ligada à presidência da República e a nomeação de um executivo do mercado para comandá-la.

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