quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O fim da “caixa preta”!


Você já pensou nessa possibilidade? Leia a matéria. É bem interessante e uma realidade de um futuro bem próximo.


Airbus quer utilizar satélites para aperfeiçoar sistemas de localização


De Céline Le Prioux (AFP)


— Enquanto as caixas pretas do aparelho A330 que caiu em junho entre Rio e Paris permanecem difíceis de localizar, a Airbus propõe que no futuro os principais dados dos voos sejam recolhidos por satélites e não mais por esses equipamentos.
"Examinamos a possibilidade de aperfeiçoar o sistema atual por um outro método de recolhimento de dados", declarou nesta sexta-feira o presidente da empresa europeia, Thomas Enders, ao jornal francês Le Parisien.
"Os dados mais importantes dos voos poderão, por exemplo, ser transmitidos em tempo real por satélites, como já é o caso das informações ligadas à manutenção do avião. É um ponto em que trabalhamos com nossos associados e fornecedores", acrescentou.
O secretário de Estado francês de Transportes Dominique Bussereau quer discutir em algumas semanas a modernização do sistema com a Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), em Montreal.
"Não se trata de suprimir completamente de um dia para o outro as caixas pretas, a tecnologia não foi suficientemente desenvolvida", indicou um porta-voz da Airbus. "Por outro lado, é possível projetar a transmissão por satélite de parâmetros relativamente simples como a velocidade, a direção, o itinerário, a posição da aeronave".
"E se transmitirmos esses dados de maneira regular, poderemos reconstituir em tempo real a trajetória de um avião, e, com isso, saber onde caiu", acrescentou. Duas questões ainda devem ser reguladas: os satélites não cobrem a totalidade do globo terrestre -as zonas polares ficam excluídas- e os dados enviados pela aeronave devem ser mantidos em segurança.
A Airbus não indicou nesta sexta-feira o custo de um novo sistema desse tipo. Fontes ligadas à empresa afirmam, entretanto, que não seria muito alto em relação ao preço de um avião que oscila entre 56 e 337 milhões de dólares. Os aviões já em operação poderão ser equipados, já que esse tipo de tecnologia pode facilmente ser desenvolvida em kit, afirma a mesma fonte.
Uma transmissão total via satélite de todos os dados do voo suscita temor entre os pilotos. "Os pilotos não aceitarão um sistema como esse se ele não fornecer garantias de proteção dos registros", considera Patrick Magisson, do sindicato dos pilotos de carreira (SNPL).
Além da utilização de satélites, a Airbus quer aperfeiçoar o sistema para que as caixas pretas sejam mais facilmente localizáveis, uma reivindicação de vários atores do transporte aéreo. "Poderemos ter caixas pretas equipadas com flutuadores, que seriam ejetados automaticamente em caso de acidente", sugere Magisson.
Depois do acidente com o voo 447, no dia 1º de junho, que deixou 228 mortos, o Estado francês desembolsou 10 milhões de euros para localizar os equipamentos de registro de voo -fundamentais para explicar as causas da tragédia-, ressalta o Birô de Investigações e Análises (BEA, em francês), encarregado da investigação técnica. Novas buscas, que poderão custar mais dezenas de milhões de euros, de acordo com a BEA, deverão ser retomadas no outono. A Airbus pretende participar financeiramente.

Não é interessante?

Celso BigDog

2 comentários:

  1. Brilhante Mario Celso


    Um ditado da aviação diz que o bom piloto é aquele que tem o mesmo número de decolagens e de pousos. Sua origem vem do fato de que, nos velhos tempos do avião, acidentes eram tão comuns quanto um avião ter asa.

    Estudar as caixas-pretas é a causa pétria atual no primeiro passo para minimizar as chances que acidentes se repitam. Não é isso meu nobre?

    Então se elas não forem achadas acaba a chance da prevenção... mas esse novo modelo que brilhantemente foi descrito por você e que não tinha lido ou ouvido falar antes acho que em muito vai melhorar e minimizar acidentes pelo estudo dos relatórios por satélite...

    Beijoss Dani

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  2. Teoria e Prática entremeadas por vidas e interesses... quatro anos se passaram, quantos ainda virão???

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