quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Brasil 4 X 0 Planeta


Taxa de acidente aéreo fatal no País supera a mundial

... só a partir de 2011 os dados devem refletir uma melhora significativa, caso não ocorra nenhum acidente de grandes proporções.


País tem alta taxa de acidentes fataisA taxa de acidentes fatais na aviação regular do Brasil está mais de quatro vezes acima do padrão mundial. A avaliação consta do inédito Relatório Anual de Segurança Operacional, da Agência Nacional de aviação Civil (Anac), divulgado ontem. Enquanto o índice de tragédias na aviação regular brasileira foi de 1,76 para cada 1 milhão de voos em 2008, a média internacional ficou em 0,4. O País ficou à frente apenas dos poucos países do leste europeu não vinculados à Agência Europeia para a Segurança da aviação (2,56), Ásia central e oeste (2,29) e África (4,96).Apesar de as estatísticas indicarem um cenário desfavorável, dizem os técnicos da Anac, a tendência é de melhora nos próximos anos. Como as médias de cada país são calculadas com base nos registros dos últimos cinco anos, só a partir de 2011 os dados devem refletir uma melhora significativa, caso não ocorra nenhum acidente de grandes proporções.
As quedas do avião da Gol em 2006 e da TAM em 2007 foram as responsáveis pela piora do índice nacional. As duas maiores tragédias da aviação civil brasileira tiveram juntas 353 vítimas. “Sem essas duas ocorrências, a taxa nacional estaria muito próxima da dos Estados Unidos (0,26, a mais baixa do planeta)”, afirma o gerente-geral de Análise e Pesquisa em Segurança Operacional da Anac, Ricardo Senra, responsável pelo estudo.
A meta da agência é alcançar em 2011 uma taxa próxima de um acidente fatal para cada 1 milhão de voos. A Organização de aviação Civil Internacional (Icao, na sigla em inglês) estabelece como padrão aceitável um índice até duas vezes superior à média mundial, hoje em 0,4. “O fato de projetarmos o cumprimento da meta em dois anos não significa que vivemos uma condição insegura”, afirma Senra. “A aviação brasileira é segura e nossa ideia é aprimorá-la. Depois de atingirmos essa meta, haverá outras.
Buscamos zerar esse número”, frisou.


Jornal do Comércio 17/09/2009


Não é preciso consultar um vidente para se fazer previsões óbvias. Se nunca mais houver acidente aéreo, é natural que o índice tenderá a zero, ou não? Será que a única providência a ser tomada se resume a torcer para que não ocorram acidentes? Acredito que a população esteja mais interessada em saber o que está sendo efetivamente realizado para diminuir riscos, do que participar de uma corrente de pensamento positivo em prol da segurança de voo. Poupe-me!

Isso só reforça a suspeita de que “a ANAC só fez esse relatório para cumprir uma exigência internacional”, e nada mais. Se o transporte aéreo no Brasil é realmente seguro, como diz a ANAC, por que organismos internacionais estão exigindo essa estatística, para que ela servirá?

É importante ressaltar que, por sorte, por umas poucas milhas, o acidente do voo 447 da Air France, que matou 228 pessoas, não conta para as estatísticas brasileiras. Isso porque a aeronave era francesa e a tragédia ocorreu já em águas internacionais. Ele será computado na França. Se os números estivessem sido computados para o Brasil, certamente estaríamos disputando a lanterna com nossos amigos africanos.

Não gosto disso, mas ouso fazer uma previsão, e olhe, sem fazer nenhum grande relatório. Basta ler o sério trabalho realizado periodicamente pelo CENIPA para se suspeitar que:

“Se nada for feito, uma colisão com pássaros irá frustrar a expectativa da ANAC em diminuir os acidentes aéreos com vítimas nos próximos anos”.

Como sei? Um passarinho me contou!

Celso BigDog

Um comentário:

  1. Eu mesmo resolvi comentar. Pensam que estou brincando? Ocorreu outra vez, com avião da GOL no Galeão.
    Vejam no link:
    http://oglobo.globo.com/rio/mat/2009/09/02/passaro-entra-na-turbina-faz-aviao-da-gol-retornar-ao-aeroporto-internacional-tom-jobim-767426402.asp

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