Realizando um cansativo voo com escala no Rio de Janeiro, Galeão, segui minha “Aerovia Crucis” de volta para casa depois de seis meses de ausência. Um jornal “lido” enfiado na bolsa abaixo da mesinha retrátil chamou-me a atenção pela manchete: "Dono da VOU sob suspeita de pistolagem". Caramba! O dono da empresa que estou voando agora! Isso definitivamente pode ser considerado como sinal dos tempos. Parece que cada vez mais o delito toma uma dimensão tal que, até mesmo eu, um eterno indignado começa a achar graça da desgraça.
Movido pelo cansaço, fechei os olhos e pus-me a viajar ao passado. Lembrei-me da família Transbrasil, que tive o prazer de compor por tantos anos, sempre orquestrada pelo saudoso comandante Omar Fontana. O Capitão dava exemplo a seus funcionários simplesmente assumindo o cockpit e transportando com suas próprias mãos os passageiros que lhe honravam com a preferência. Eu costumava brincar com as palavras dizendo que “Deus criou o céu, a terra e Omar, a Transbrasil”.
Hoje em dia não consigo imaginar o que restará de bom para meus netos. Se você entrega sua vida a uma companhia aérea... cujo dono... é suspeito de pistolagem... ah... hum... E assim, vencido pela lábia do Morpheu, deixei-me levar. De repente uma terrível frase injetou uma overdose de adrenalina em minha corrente sanguínea, levando-me ao sobressalto e ao ímpeto de correr: “Olha a bala!”
Com o coração saindo pela boca e com os batimentos cardíacos descompassados, tentei proteger-me atrás de uma poltrona, mas deparei-me com uma sorridente comissária que, estendendo uma bandeja apinhada de balas “7 Belo” fazia seu desconcertante serviço de bordo. Aceita bala senhor? Mesmo achando muita graça naquele minguado serviço, fiquei quieto. E eu sou doido de reclamar? Vai que o homem se zanga!
Ah! Bons tempos aqueles... Saudades doutor Omar. Que Deus o tenha.
Movido pelo cansaço, fechei os olhos e pus-me a viajar ao passado. Lembrei-me da família Transbrasil, que tive o prazer de compor por tantos anos, sempre orquestrada pelo saudoso comandante Omar Fontana. O Capitão dava exemplo a seus funcionários simplesmente assumindo o cockpit e transportando com suas próprias mãos os passageiros que lhe honravam com a preferência. Eu costumava brincar com as palavras dizendo que “Deus criou o céu, a terra e Omar, a Transbrasil”.
Hoje em dia não consigo imaginar o que restará de bom para meus netos. Se você entrega sua vida a uma companhia aérea... cujo dono... é suspeito de pistolagem... ah... hum... E assim, vencido pela lábia do Morpheu, deixei-me levar. De repente uma terrível frase injetou uma overdose de adrenalina em minha corrente sanguínea, levando-me ao sobressalto e ao ímpeto de correr: “Olha a bala!”
Com o coração saindo pela boca e com os batimentos cardíacos descompassados, tentei proteger-me atrás de uma poltrona, mas deparei-me com uma sorridente comissária que, estendendo uma bandeja apinhada de balas “7 Belo” fazia seu desconcertante serviço de bordo. Aceita bala senhor? Mesmo achando muita graça naquele minguado serviço, fiquei quieto. E eu sou doido de reclamar? Vai que o homem se zanga!
Ah! Bons tempos aqueles... Saudades doutor Omar. Que Deus o tenha.
Celso BigDog
Brincando ainda com as palavras:
ResponderExcluirO respeito que ontem era conquistado com pilotagem, hoje, só com pistolagem. Triste isso.