quinta-feira, 16 de julho de 2009

E agora José?

SERVIÇOS DE SALVAMENTO E CONTRA-INCÊNDIO
- Alô! É da Torre?
- Sim
- Eu gostaria de falar com o supervisor, por favor.
- Pronto. Sou eu mesmo, controlador José.
- Aqui é o cabo Bombeiro João. Eu gostaria de informar que quebrou um de nossos veículos e estaremos provisoriamente atendendo até CAT 6, ao invés de CAT 9 okay? Assim que normalizar eu informo.
- Tá bom João. Obrigado!
E então? Como fica a situação?
Normalmente essa informação (quando é passada) é guardada no bolso e raramente registrada no Livro de ocorrências. Mas vamos analisar qual a importância dela. Não é preciso pensar muito para se chegar à conclusão de que, se nesse meio tempo uma aeronave CAT 8 ou CAT 9 entra numa situação de emergência, como atendê-la com todos os requisitos previstos? De quem será a responsabilidade dessa deficiência?
Posso garantir aos senhores que essa informação não pode ser guardada. Ela deve estar disponível, nesse caso, para todos os pilotos que operam aeronaves acima de CAT 6 enquanto durar a restrição. A decisão de “pousar ou não” é exclusivamente da alçada do piloto em comando. Se ele for consultado e não aceitar a condição degradada, prosseguirá para o aeródromo de alternativa.

Mas a minha preocupação se fixa em outro problema. Relembrando dois terríveis acidentes com as aeronaves da TAM (402 e 3054) nos arredores de Congonhas, questiono se os serviços contra incêndio previstos e publicados para o aeroporto (AIP-Brasil, AD 2.6 SERVIÇOS DE SALVAMENTO E CONTRA-INCÊNDIO) foram mantidos durante o atendimento aos sinistros. Se não foram, quem seria responsabilizado caso outro acidente se apresentasse logo após a liberação do aeroporto? É sabido que as viaturas saíram para o atendimento externo. Alguém checou a integridade do SCI previsto antes de reiniciar as operações? É quase certo que, estando a equipe emocionalmente abalada, não!
Apesar da forte influência e pressão do CGNA e das empresas aéreas em fazer fluir o tráfego aéreo, exigindo o reinício das operações, não se deve ceder sem antes certificar-se da normalidade dos serviços SCI –Serviços Contra Incêndio e SM – Serviço Médico do Aeroporto, porque, se nesse ínterim ocorrer um sinistro na pista, com certeza alguém perguntará: “E agora José?”

Consulte AIP-AD2

Tabela Categorias de Aeronaves (2.1 - Determinação da Categoria de Aeronaves, Pag 0-21)

Celso BigDog

Um comentário:

  1. CATEGORIAS DE AERONAVES
    Compr. até 9m (exclusive) 2m de diâmetro - categoria 1
    de 9m a 12m (exclusive) 2m de diâmetro - categoria 2
    de 12m a 18m (exclusive) 3m de diâmetro - categoria 3
    de 18m a 24m (exclusive) 4m de diâmetro - categoria 4
    de 24m a 28m (exclusive) 4m de diâmetro - categoria 5
    de 28m a 39m (exclusive) 5m de diâmetro - categoria 6
    de 39m a 49m (exclusive) 5m de diâmetro - categoria 7
    de 49m a 61m (exclusive) 7m de diâmetro - categoria 8
    de 61m a 76m (exclusive) 7m de diâmetro - categoria 9
    de 76m a 90m (exclusive) 8m de diâmetro - categoria 10
    acima de 90m requer documento específico.

    ResponderExcluir

Deixe aqui seu comentário. Obrigado!