domingo, 4 de janeiro de 2009

Calculando Workload

Olha o burro ai de novo, gente! (risos)
Muitos já tentaram calcular a carga de trabalho ideal para um controlador, mas são tantas as variáveis tanto físicas, operacionais, técnicas quanto humanas, que essa fórmula em algum momento se mostrará inconsistente. Alguns a dividem em workload e taskload (carga de tarefas e carga de trabalho) para que todas as atividades laboriais sejam consideradas no cômputo geral da carga.
Numa operação RADAR por exemplo, um simples olhar do ATCo para a tela de planos de vôo, ou o simples deslizar do cursor eletrônico em busca de distâncias ou rumos, ou ainda a ampliação ou redução da área de visualização como parte de uma estratégia para o controlador planejar o sequenciamento dos vôos, caracterizam tarefas que não podem ser desprezadas. Um dos fatores que insisto em colocar em julgamento é a tarefa duplicada para quem opera com sistemas de visualização X-4000 e similares. Esses sistemas apresentam uma volatilidade que exige do controlador a necessidade de fazer backup com caneta e papel todo o tempo, tendo em vista que, caso haja queda do sistema, todos os dados serão perdidos, inclusive planos de vôos e identificação das aeronaves que estiverem sendo controladas. Isso nada mais é do que tarefa duplicada.
Ouviu-se dizer em controle simultâneo de no máximo 14 aviões, mas esse número mágico não pode ser considerado de maneira geral para todos os órgãos de controle, muito menos para todos os setores de um mesmo órgão de controle. Um dos fatores mais importantes na hora de se definir a capacidade de controle do setor, e consequentemente a carga de trabalho que pode ser aplicada ao ATCo, é a complexidade da área em questão. Quanto mais complexa, menor deve ser o número de aeronaves controladas simultaneamente.
Muitos estudiosos, no Brasil e principalmente no exterior, arriscam-se a sintetizar fórmulas que levem a conhecer o número ideal para cada localidade. Essas fórmulas facilitaram muito essa difícil tarefa, porém estão longe de expressar a real necessidade.
Algumas ferramentas foram incorporadas às instituições ATC internacionais com o intuito de diminuir essa margem de erro, o que no entanto, também esbarra em novos óbices quando a questão é a calibragem que deve ser aplicada à realidade de cada local analisado. (TAAM, RAMS, SIMMOD, ...)
Para os interessados em aprofundar o conhecimento com detalhamento técnico (de alto nível), sugiro visitar os sites das maiores autoridades no assunto: Carol Manning, Majumdar

Enquanto isso ficamos assim: "Se o burrinho sair do chão, nós tiramos a carga. Se ele ficar se frescando sob 3 patas para descansar uma, socamos peso no lombo do bicho."
Celso

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