quinta-feira, 22 de março de 2012

A confraria do sino.


Ao longo dos últimos 40 anos, ministros, juízes e advogados militam em uma confraria dedicada a esconder um sino furtado da faculdade de direito da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) pela turma de formandos de 1968 e desde então circula entre os ex-alunos, que se recusam a devolvê-lo ao patrimônio da universidade. A peça de bronze, com cerca de 30 centímetros de altura e 10 quilos, traz gravadas os nomes dos que já a esconderam. Entre os membros da chamada Ordem do Sino estão o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e atual ministro da Defesa, Nelson Jobim, o vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça, Ari Pargendler, e o corregedor do Conselho Nacional de Justiça, Gilson Dipp.

Poxa vida! Tem coisas que levam a gente a se lamentar. Por que não pensei nisso também? Poderia, nos meus verdes anos de existência, ter roubado o clarin do corneteiro da Escola de Especialistas em Guará. Já pensou hoje que confraria nos seríamos? “A Confraria da Corneta!” Pomposo não? Quem sabe não seríamos os donos da bola no Tráfego Aéreo Brasileiro. Quem sabe o presidente do ATC não seria ninguém menos que o Spalado? Quem sabe o presidente da ANAC não seria um Cachorrão. E teríamos para a eternidade gravado no metal, os nomes de Altamir, Barros, Bahiense, Da Cruz, Bortolás, Aldamir, Generoso, Lopes, Brilhante, Fatturi, Lacerda, Eilert, Ewerton, Gomes, Iwase, André, Deusivaldo, Joeci, Felício, Santos, Silva Neto, Romaneli, Hilaércio, Gilson, Jordan, Valente, Costa, Gasiglia, Louzada, Nicoliche, Correia, Luciano, Pimenta, Feres, Gomes, Silva Melo, Odilon, Wilson, Paulo Sérgio, Walter, Paulo Roberto, Regis, Gazzola, Paduan, Viana, Faria, Salvador ... Já imaginaram?
Pois é... Então... Por outro lado... Mas, pensando bem, se tivéssemos roubado a bendita corneta, teríamos sido presos e não teríamos conseguido nos formar como humildes sargentos da Aeronáutica. Então... Às favas a confraria!
Esses homens listados acima já têm seus nomes perpetuados na história do tráfego aéreo brasileiro, pois foram pioneiros do Aeroporto Eduardo Gomes e do SRPV Manaus, da operação Radar na Amazônia e em Pirassununga com o ASR-7; na criação do CINDACTA I em Brasília. Foi essa mesma casta que, impedida de galgar postos na carreira pelo fechamento da EOEIG de Curitiba, cumpriu garbosamente sua missão. É essa mesma turma que não se deixou marcar por um furto ou um delito sequer, que continua hoje, na busca da complementação salarial, tapando os buracos deixados pela incompetência administrativa que corroeu o controle de tráfego aéreo no Brasil.
A essa turma, e todas as outras que não menos importantes continuam escrevendo a história do ATC brasileiro, meu mais caloroso abraço com os votos de um ano de 2009 de muitas realizações e muita saúde.
Confraria? Tsc... tsc... tsc...

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