domingo, 6 de maio de 2012

Se cercar é aeródromo. Se cobrir é aeroporto.






Para não dizer que compartilho da tese que classifica a realidade aeronáutica brasileira como reduto de loucos e palhaços, onde se permite que os devaneios de certas autoridades tratem o cidadão como sendo seu “desrespeitável público”, procurei na literatura popular algo que definisse essa bagunça “aero-porto-náutica” que vivenciamos e encontrei uma situação análoga. O mundo aeronáutico desenvolve-se em área específica que quando cercada é um aeródromo e destina-se a pousos, decolagens e taxiamento de aeronaves. Em complemento a isso se cobrirmos parte dessa área teremos então um aeroporto, onde é investido um capital muito alto em lojas de comércio varejista e serviços, pois o retorno financeiro é garantido. Ah, já ia me esquecendo, essa área coberta também serve para embarque, desembarque de cargas, bagagens e passageiros, quase sempre protegidos das intempéries e do sol agressivo desse nosso imenso País tropical.
Bem, certamente alguém irá perguntar, “e o espaço aéreo”? Esse não é muito importante, até porque é possível duplicar (com ou sem qualidade) sua capacidade num estalar de dedos. Voar no imenso espaço aéreo brasileiro não é o problema. A questão é entrar na fila e esperar sua vez, mantendo a separação regulamentar com a aeronave à frente para que chegue pontualmente aos seus destinos e pousem com segurança nos aeródromos. É bom lembrar que aviões não param no espaço aéreo. Interessante é que, comprovadamente, todos os principais aeródromos estão subdimensionados para a demanda que foi autorizada pela própria autoridade aeronáutica ligada à Aviação Civil. Interessante também é notar que os problemas dos aeroportos são os mesmos das rodoviárias, das estações ferrovias e metrôs, dos portos marítimos e fluviais que dão acessos a esses locais de embarque. Assim podemos concluir que antes de se tornar um problema de Infraestrutura temos no Brasil um claro problema de “INTRAestrutura”, onde banqueiro cuida da Infraestrutura Aeroportuária. Graduado em Turismo cuida da Regulação da Aviação Civil e por aí vai... 
Hoje, abandonando a ideia de se construir módulos nômades que poderiam ser montados e desmontados de um local para outro, já se fala em aproveitar os hangares e instalações das cias falidas para acomodar passageiros. É aquela história, “- Não reparem a bagunça. Nós somos pobres, mas somos limpinhos”.
Se o Governo Federal conseguir terminar os aeroportos e estádios para a Copa 2014 – o que não acredito - não passarão de meros oásis, isolando os visitantes e torcedores, presos no trânsito caótico, nas enchentes, espremidos nos vagões do metrô ou preenchendo boletins de ocorrências em algum distrito policial.
Bem, mas até agora ficamos só no trololó e diante da imensidão de providências necessárias para atender a demanda estimada, nada foi feito. O DECEA já se adiantou para tirar a instituição da reta, justificando antecipadamente que não poderá fazer nada mais eficiente se as questões aeroportuárias não forem resolvidas. Menos mal para nós controladores de tráfego aéreo. Pelo menos dessa vez teremos um salvo conduto para prover segurança à aviação civil brasileira sem arcar com a pecha de incompetentes ou indisciplinados.
CelsoBigDog

2 comentários:

  1. Celso, meu grande amigo. Permita-me tecer comentários aos seus belo (como sempre) texto:

    - Incompetentes nós já somos. Quem elege por anos a fio pessoas de ilibada conduta como José Sarney, Jader Barbalho, Maluf, Waldemar da Costa Neto e mais uns 500 que poderia colocar aqui - mas que levaria muito tempo - não pode deixar de ser colocado no caldeirão da incompetência.
    Estamos num círculo vicioso com potencial para durar por muitas gerações, pois infelizmente quem elege não consegue entender aquilo que pessoas como nós, falamos. É um trabalho de formiguinha que temos que começar em nossas casas, com nossa empregada doméstica, com o porteiro e zelador do prédio, com o entregador de gás e por aí afora. Só que... esses políticos pilantras sabem que não temos tempo mental e tempo real para isso.

    Abraços

    Elias Fernandes

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  2. esse e o nosso dia a dia. Alem de cuidar do trafego intenso temos que ficar atento se tem "vaga" no patio para acomodar tanto avião, recentemente um especialista da UFRJ fez um comentario inteligente,realista sobre a aviação civil no Brasil dizendo que é muita sigla para cuidar de uma mesma coisa mas ninguem assume a culpa do que esta acontecendo nao temos muitos avioes voando temos é uma ma distribuição dos horarios de voos tem aeroportos entregue as traças em horarios que poderiam estar em plena operação. Tem controlador de voo trabalhando sobre assedio moral tendo que participar de reunioes infundadas e de exercicios e treinamentos em seu horario de folga o fator humano nao tem sido levado em conta. Tem colegas sofrendo assedio moral. Tenho medo do que vem por ae

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