quinta-feira, 1 de abril de 2010

RIMA - Como contornar o impacto ambiental no entorno aeroportuário?

Infraero diz que passou 2009 destravando processos.
Pan Rotas - 31/3/2010
De acordo com o diretor de Engenharia e Meio Ambiente da Infraero, Jaime Parreira, o planejamento da Infraero é bem consolidado e confiável. “Trabalhamos todo o ano de 2009 para destravar processos emperrados na Justiça, no Ministério Público e no Congresso. Considero que conseguimos limpar todas as pendências e poderemos seguir de fato com os projetos”, afirmou o diretor, acrescentando que 80% dos projetos definidos para os aeroportos já tem licenças.
Além dos projetos de infraestrutura aeroportuária, Parreira informou que a Infraero também está investindo fortemente nos serviços para os passageiros. “Estamos agilizando procedimentos junto a Anvisa e a Receita federal, por exemplo, instalando mais balcões de atendimento, implementando novas tecnologias etc, para melhorar a qualidade dos serviços prestados”, disse.
Segundo Parreira, que participou da reunião do Conselho de Turismo da CNC, hoje, no Rio, estão garantidos R$ 6,5 bilhões em investidos em aeroportos entre 2011 e 2014 – R$ 5,3 bi só nos equipamentos das cidades-sede. O diretor disse que, com isso, o setor aeroportuário está estabilizado para atender o crescimento da demanda até 2014.
Uma coisa é realizar um estudo de impacto ambiental onde se pretenda instalar um aeroporto. Outra coisa, muito diferente, é um estudo do impacto ambiental que certas modificações causarão no entorno aeroportuário já instalado.
No primeiro caso o estudo se detém na topografia, fauna, flora e possíveis desapropriações que possam ser necessárias para se assentar as instalações. Não se pensa hoje em dia em construção de aeroporto em área urbanizada, que além de multiplicar os problemas sociais, inviabilizará o orçamento no pagamento de indenizações à população.
No caso de modificações estruturais, de layout, de ampliação de um aeroporto já instalado, o impacto ambiental só pode ser contornado com medidas “maquiadoras” de fachada que escondem alguns dos malefícios das vistas da população. Ainda assim, por mais que se tente esconder com tapumes, não se pode eliminar a dinâmica anormal do trânsito, do ruído, dos equipamentos de rampa, tratores e turbinas. A queda observada na qualidade de vida da vizinhança é diretamente proporcional ao crescimento do movimento aeroportuário.
Podemos ver, por exemplo, que o movimento do Aeroporto de Congonhas, desde há muito tempo, impõe aos seus vizinhos uma qualidade de vida ruim. O que mudou então? A única coisa que mudou de fato foi a sociedade, que hoje mais madura e politizada, descobriu que tem direitos garantidos, e os exige, senão pela extinção dos malefícios, pelo menos na redução do período desses malefícios.
Não acredito que problemas ambientais sejam resolvidos no entorno dos aeroportos urbanos, pois até mesmo a luta de órgãos do governo contra o fantasma do perigo aviário, tem como seus maiores oponentes os órgãos do próprio governo na preservação inconteste da fauna e da flora.
Celso BigDog

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