Protegido por um cordão de asseclas engomados, ali estava o Marechal Manuel Deodoro da Fonseca a visitar amigavelmente a tropa que, na véspera, o apoiara no ato da Proclamação da República. Em dado momento da caminhada, parou instantaneamente para retrucar um funcionário do cerimonial que, incomodado com o cheiro do suor de homens e cavalos, ousara lhe dizer:
- Vossa Excelência não precisa andar por todos os departamentos, além do que já lhe preparamos uma carruagem luxuosa e digna de um rei. Não fica bem ao Presidente da República do Brasil misturar-se à tropa!
Enquadrando o refinado cortesão, com o dedo em riste assim disse o presidente:
- Se um dia eu não puder olhar nos olhos de meus soldados, quebro minha espada e me candidato a um cargo eletivo para falar mal de quem quer que seja! (Tertúlia)
Depois de relembrar com carinho esse pedaço de história contado por meu saudoso pai durante suas tertúlias, estive pensando em algo relevante, já que estamos às portas do pleito eleitoral geral de 2010.
A representatividade dos militares é pífia no cenário federal. A dos controladores de tráfego aéreo é nula. Diante disso, por que não pensar em caminhos alternativos para nossa causa, quer seja elegendo pessoas sensíveis aos nossos anseios, quer dando a cara a tapa e partindo para candidaturas em cada Unidade da Federação. Não somos muitos, mas temos família, amigos, usuários e simpatizantes da aviação que certamente poderiam render alguns votos.
Pode-se observar que a caserna já se movimenta em aclamar o General Heleno como candidato à presidência. Estaria o audaz general seguindo os princípios de Deodoro?
O momento é propício para uma mudança de estratégia, pois movimentos não governamentais apoiam a “não reeleição das velhas raposas” que estarão deixando escapar votos para os candidatos novatos, de primeira viagem.
Os dois ex-controladores de tráfego aéreo que atuam em Brasília hoje, um Deputado e um Ministro de Estado, não estão engajados com a causa ATC, mas sim com o meio que os adotou e os elegeu. É bom lembrar que:
1) A simpatia a uma candidatura “ATC” virá naturalmente em consequência dos efeitos do chamado “Apagão Aéreo”;
2) A internet existe e estará gratuitamente liberada para essa eleição;
3) As Associações estão totalmente ociosas e ávidas por trabalho;
4) A data limite para filiação partidária e mudança de domicílio eleitoral se aproxima;
5) Se somos fortes o suficiente a ponto de suportar o maior volume de tráfego aéreo do hemisfério sul do planeta, não há o que temer!
Buscar licitamente os direitos democráticos pode representar um caminho mais complexo, mas com certeza, menos doloroso e mais produtivo. As associações dos bingos, dos flanelinhas, das prostitutas, dos traficantes, dos bicheiros, dos moto-taxistas, dos moto-boys, dos camelôs, de tantas outras atividades comuns, dignas ou não, lícitas ou não, estão a trabalhar fortemente em busca de representatividade. O que fazem atualmente as nossas associações de controladores?
Celso BigDog
Pois é grande amigo Bigdog,
ResponderExcluirEncerra-se já, dia 02Out o prazo para filiações a partidos e neste dia 19/09 estive numa palestra do Gal Heleno, que disse que tem apenas um partido: o Exército e não quer mais nenhum outro. Mas quem sabe até lá, ele se convença a enfrentar a mais árdua de todas as suas batalhas: lidar com crápulas, hipócritas e falsos democratas. Quem sabe.
Quanto às representações, penso o mesmo que você, mas sempre que alguém nosso tenta sair candidato, a tropa não vota nele porque acha que "ele está querendo se arrumar". Daí, como vc disse, até as prosts se unem (mesmo tendo os filhos já estão eleitos. rsss). Nós não.
Mas vale continuar tentando. Se eu tivesse espaço e chance, não deixaria de me engajar, e com certeza me tornaria um viciado em DRAMIN para poder conviver com a politicalha.
JACARÉ