sábado, 22 de agosto de 2009

Reemfatizando!


Ah! esses governantes, não sabem mais o que querem. Uma hora desprezam, humilham, fazem chacota de suas Forças Armadas, depois descobrem que não entendem nada de defesa e aí... Ai que medo! Chama esse homem de volta!

A propósito, tive o prazer de conhecer pessoalmente em Brasília o último Ministro Chefe do EMFA, Gal Benedito Onofre Bezerra Leonel, que curiosamente foi amigo de infância de meu saudoso pai numa modesta escolinha rural da cidade de Piraju, no interior de São Paulo, lá pela década de 30.

O EMFA sempre foi muito respeitado no meio governamental, tanto que se gabava de manter o status de ministério. Dele emanavam as diretrizes para uma ação coordenada e conjunta das FFAA em qualquer escopo de discussão. Acredito que ressuscitar esse formato, além de ações coordenadas, coloca um superego democrático a censurar certos impulsos doutrinários daqueles cadetes forjados nos idos de 1964, hoje no staff militar brasileiro. Sendo assim, tudo certo, mas nunca é demais lembrar, não provoque! É cor de rosa choque!

E agora vamos à notícia mais detalhada.



Governo aprova reformulação da Defesa
Folha de São Paulo


Projeto cria órgão para coordenar ações do Exército, Marinha e Aeronáutica; comandante seria escolhido pelo presidente Ministério da Defesa teria secretaria para centralizar compra de armas; proposta ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional.

ELIANE CANTANHÊDE

COLUNISTA DA FOLHA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou ontem a reformulação da área de Defesa, inclusive com a criação de um Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, a ser comandado por um oficial de quatro estrelas (o mais alto da hierarquia militar), com a função de articular a doutrina, exercícios e as operações comuns a Exército, Marinha e Aeronáutica.

Trata-se, de certa forma, de uma reconstituição do antigo EMFA (Estado Maior das Forças Armadas), que existiu durante os governos militares e foi extinto pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, quando foi criado o Ministério da Defesa, que coordena as três Forças, e que irá coordenar também o novo órgão. A diferença é que o EMFA era essencialmente burocrático e o seu sucessor será operativo.
A tendência é que o primeiro comandante do novo órgão, responsável por sua implantação e transição, seja o almirante de esquadra João Afonso Prado Maia de Faria (quatro estrelas), que atualmente ocupa a chefia do Estado Maior da Defesa.
Não há norma sobre o processo de escolha do comandante do órgão, mas a tradição, desde o EMFA, é que haja rodízio entre almirantes, generais e brigadeiros, sempre de quatro estrelas, por escolha direta do presidente da República.
O projeto de reformulação está em gestação há pelo menos um ano e meio, mas precisou de intensas negociações dentro das Forças até ser acatado pelos respectivos comandantes. O novo chefe terá o mesmo status hierárquico que eles.
A questão foi levada ontem a Lula pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, cujo projeto prevê também mudanças no próprio ministério, com a criação de uma secretaria exclusiva, vinculada ao ministro, para centralizar os projetos de compras das Forças Armadas.
Hoje, a Marinha planeja e executa compras de submarinos. A Aeronáutica é responsável pela aquisição de aviões de caça, e o Exército, de tanques.
A secretaria segue um modelo aproximado ao da DGA (Delegação Geral de Armamento), da França, que Jobim visitou no início de 2008, e que tem um orçamento anual de cerca de 10 bilhões, para todas as compras militares do país.
Outro ponto considerado fundamental no projeto aprovado por Lula ontem é uma mudança operacional: a Aeronáutica e a Marinha vão passar a ter poder de polícia nas áreas de fronteira terrestre e marinha. Hoje, só o Exército tem.
Todas as mudanças dependem de votação no Congresso, porque alteram a lei complementar 97/117, de 1999, que criou o Ministério da Defesa.

Link relacionado Matéria Completa.
Uma informação interessante para complementar:
General Ataliba Leonel (Itapetininga, 15/05/1875 — Piraju, 29/10/1934) foi um militar e político brasileiro.
Formado na Faculdade de Direito de São Paulo, foi membro da C.D. do Partido Republicano Paulista, representou São Paulo na Câmara Federal, onde relatou a Receita da União na Comissão de Finanças, produzindo trabalhos notáveis, que honra a cultura paulista. Foi deputado estadual até 1926, e deputado federal até 1930.Combateu, junto com outros próceres do PRP, a Revolta Paulista de 1924.
Foi um dos preparadores do movimento de 23 de maio, quando, na capital do Estado, tombaram as quatro figuras históricas cujos nomes passaram a constituir o símbolo M.M.D.C.. Iniciada a revolução de 1932 em 9 de julho, organizou a Brigada do Sul, da qual foi comandante-geral. Com a vitória da ditadura, foi preso e exilado em Portugal, residindo em São João do Estoril, com outros brasileiros ex-combatentes da mesma causa.
Sempre que São Paulo, sofria as dificuldades das revoltas sociais, teve no general Ataliba um soldado destemido e corajoso, pronto a todas as renúncias e sacrifícios. Foi assim em 1922, em 1924, e em 1930, terminando a sua velhice, na Revolução Constitucionalista de 1932.
O General Ataliba Leonel era tio do general Benedito Leonel, ex-Ministro Chefe do EMFA, citado no texto. Pela trajetória do Gal Ataliba, bem como de muitos outros militares idealistas, pode-se entender que, nem sempre a "transgressão" é essencialmente maléfica. O que é preciso, nesses casos, é ter sorte, saúde e paciência para esperar que um dia, nossos ideais voltem a brotar do lado mais forte.
Celso BigDog

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