domingo, 22 de março de 2009

Soluções para quem não quer pensar no ATC.

Esforço-me para não parecer satírico, mas quando vejo que o mundo que me rodeia parece não importar-se com o que penso ou deixo de pensar, rebelo-me e rasgo o verbo. Protesto contra a tese de que tudo o que pode ser simplificado é bem-vindo, independente do valor técnico que o justifique. Enquanto isso acontece, o sentido de labor se perde na automação desenfreada. Pensar para que, se a máquina faz isso por mim? Decidir para que, se o sistema decide por mim? Pesquisar por que, se existe um SQL para fazê-lo por mim?
Meus argumentos não se travestem de perguntas por razões filosóficas, mas por pura ignorância mesmo. Digo isso porque não conheço um sistema informatizado que responda judicialmente sobre meus atos na atividade ATC. Não existe um juiz cibernético para ouvir minha justificativa sistêmica quando algo sair errado, ou quando a rotina informatizada trocar o nível do avião sem que eu tenha solicitado ou concordado. Não existe um defensor público com inteligência artificial capaz de amealhar conhecimento e alegar jurisprudência de uma época retrô, onde a informática engatinhava em comPUTAdores ENORMES que ocupavam um prédio inteiro. Enfim, apesar da justiça imputar responsabilidades ao controlador sobre rotinas invisíveis de apoio à decisão, não existe nada no mundo virtual que garanta justiça aos controladores de tráfego aéreo, informatizando as percepções humanas, tampouco o “livre arbítrio”.
Sendo assim, reafirmo: - “Penso, logo digito!”

Um comentário:

Deixe aqui seu comentário. Obrigado!