quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Tamagotchi ATC - Você já tem o seu?


Tive a oportunidade de analisar e acompanhar os efeitos que as transformações tecnológicas causaram no grupo ATC nas últimas três décadas. Do ASR7 de 1975, passando pelo TA-10, Thomson CSF (Aircat 320) e finalmente o mais exigente “Tamagotchi” de todo esse período: o X-4000. Em nenhuma transição entre sistemas houve uma equipe de usuários ativos para a aceitação do produto. O que sempre houve foi a implementação de equipes de instrutores designadas a identificar as dificuldades técnicas e incongruências operacionais e agir como facilitadores na formação e habilitação dos operadores. Apesar desses sistemas terem sido desenvolvidos por encomenda, atendem como pacotes de “programas prontos” que obrigam seus usuários a adaptarem-se a ele e não o contrário.
O homem do serviço de tráfego aéreo no Brasil vem sendo atropelado por essa tecnologia e, ainda atordoado com o crescimento inesperado da aviação, cambaleia para manter-se de pé enquanto alimenta seu “Tamagotchi ATC”, um bicho virtual que cresceu tanto e ficou tão dependente e complexo, que não se pode dar ao luxo de deixá-lo morrer.
Muitos dos efeitos negativos desses novos sistemas, agregados ao tráfego aéreo, não estão sendo abordados nos estudos ergonômicos. Passam despercebidos aos desenvolvedores de sistemas justamente porque a linguagem operacional não se traduz para a área técnica com seu verdadeiro sentido, e o que é pior, porque a parte operacional, muitas vezes, nem imagina o que está realmente acontecendo. 
Cabe aos atuais Controladores-RADAR usuários da ferramenta SAGITARIO, reportar formalmente as inconsistências operacionais desse novo sistema de visualização, senão para salvaguardarem-se dos fenômenos e efeitos ainda desconhecidos da relação IHM/IHS, pelo menos para auxiliar os desenvolvedores e analistas nas próximas atualizações e versões.
Celso BigDog 

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