quinta-feira, 18 de abril de 2013

Brasil - Tudo pronto. Todos prontos.

O processo de adequação das necessidades de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária já está completo. Temos aeroportos ricamente subdimensionados, procedimentos e restrições editados de última hora via "NOTAM" (aviso aos navegantes), e a sempre servil colaboração de pilotos e controladores.
Assim sendo, ainda que as obras não fiquem prontas; ainda que haja atraso no cumprimento do HOTRAN; ainda que tudo dê errado na "Operação Air Tsunami"- é como a onda de tráfego aéreo está sendo chamada - os personagens que assumirão a culpa já estão todos treinados para o cumprimento de seu papel nesse embrulho, digo, imbróglio: "Bodes Aviatórios" e "Bodes Controlatórios".
Dentro desse perfil, o centro de prevenção de acidentes levantou questão sobre os pilotos no cockpit, alertando para que as cias aéreas só escalem pilotos "mochos" nesse período, pois podem colocar em risco a operação caso os chifres desarmem algum circuit brake no painel superior da cabine.
Os primeiros testes de pequena intensidade serão feitos por ocasião da Jornada Mundial da Juventude e Copa da Confederações ainda este ano. Caso o grupo suporte a carga sem reclamar, sem dar entrevistas à TV com voz de pato e cara quadriculada; sem cometer erros que culminem em incidentes ou acidentes; sem permitir que o Papa fique 23 minutos falando ao VHF, estarão aprovados para o grande Air Tsunami da Copa do mundo 2014 e das Olimpíadas 2016.
Segundo informações de um Controlador de Tráfego, estarão acompanhando de longe toda a movimentação do transporte aéreo a ANAHÁHÁC, o DECEHÉHÉA, a SAHÁHÁC, a INFRAÉHÉHRO e o CGNAHÁHÁH.
UFA! Não disse que dava tempo?

Celso BigDog

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Em certos empreendimentos de risco, "quando o dinheiro fala, a verdade cala."


Gol estabelece bônus polêmico para pilotos por economia de combustível

RICARDO GALLO

Com um prejuízo de R$ 1,5 bilhão em 2012, a Gol encontrou um maneira polêmica para tentar reduzir gastos: a empresa decidiu pagar um bônus salarial para pilotos e comissários de bordo se eles economizarem combustível.
Metas de economia não põem voos em risco, diz Gol Para analistas, bônus por economia de combustível em voos é controverso.
Entre analistas de segurança de voo, não há consenso. Alguns afirmam que o bônus abre um precedente que, no limite, pode levar um piloto a tomar decisões baseadas não só na segurança mas também no que ganhará se poupar combustível.
Outros especialistas, mais a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), dizem não haver risco se os procedimentos de segurança forem seguidos.
A Gol nega risco. Diz que os pilotos são bem treinados e que monitora os voos para detectar eventuais desvios.
Afirma também que, entre economia e segurança, a prioridade será sempre a segurança. E diz que as metas não são individuais.

Durante meus 31 anos de controle de tráfego aéreo e 12 anos de Transbrasil - Linhas Aéreas aprendi o suficiente para opinar sobre o assunto.
Houve um tempo em que tripulantes ganhavam por diversas formas e fórmulas que influenciavam diretamente na operacionalidade ATC. Alguns pilotos não reduziam ou não adequavam a performance da aeronave à necessidade do controlador, porque ganhavam por pontualidade ou tempo; Outros eram chamados de "entope aerovia" porque recebiam por média voada por toda a empresa; Ou por hora voada. Chegavam a voar muito lento para que o calço ocorresse cerca de minutos após o horário, de forma que desse à toda tripulação o direito a mais uma refeição ou café da manhã, ou mais uma diária, ou até mesmo para regulamentar a programação seguinte. Isso pode parecer uma observação sem sentido, se não houvesse um planejamento de fluxo de tráfego do órgão de controle, estabelecendo um sequenciamento que, por não ter cooperação de pilotos, e não ter uma ferramenta que o auxilie nessa tarefa, pois é totalmente intuitiva, o final é sempre imprevisível. Duvido que um sistema automatizado consiga um fluxo contínuo de tráfego, tendo como protagonistas pilotos tão heterogêneos em sua formação, em suas atitudes ou obedecendo ao MGO específico de cada empresa. Se isso não for revisto pela autoridade aeronáutica, só mesmo o tempo de experiência vai nos dizer, como me dizia, que o pessoal da Transbrasil topava qualquer parada; O pessoal da Cruzeiro era simpático; O pessoal da VARIG antipático e o da VASP tanto fazia...
Desta forma, deve-se analisar os prós e contras dessa alternativa escolhida pela GOL, pois não é difícil imaginar que nunca estará voando sozinha nas aerovias e terminais. Sempre haverá uma congênere mais lenta à sua frente, ou mais veloz à sua retaguarda.
Não saber se seus pontos são positivos ou não aos interesses da empresa, não incorpora mais segurança e sim uma preocupação generalizada em apressar o passo e pousar mais rápido.
Agora uma pergunta fora do contexto: "PODERIA UM CONTROLADOR DE TRÁFEGO AÉREO RECEBER BÔNUS POR NÚMERO DE AVIÕES CONTROLADOS?" Calma... Não precisa responder.
Celso BigDog

Reportagem completa em: http://folha.com/no1262685 

As concessionárias e o perigo aviário.

Certa vez, o presidente Getúlio Vargas foi alertado a não tomar certas medidas porque era inconstitucional. Sem dar a mínima atenção aos conselhos de seu assessor, assinou o documento, olhou para o mancebo e disse: "As leis e as instituições são como as mulheres. Só saberemos se são férteis quando forem violadas".
Este é o país que se preocupa em editar Emendas Constitucionais, criar e mudar as leis no furor dos acontecimentos, emendando tanto que, pouco tempo depois fica irreconhecível, perde a leitura e a identidade.
Até agora está mais do que provado que os novos senhorios aeroportuários não sabem exatamente em que estão investindo. Coisas acontecem e não sabem sequer quais são as suas competências e obrigações, bem como seus direitos e prerrogativas nessa colcha de retalhos onde todos tem participação, DECEA, ANAC, INFRAERO e Prefeitura Municipal. Ah... desculpem faltou relacionar a SAC, cuja inexpressiva atuação nos leva ao esquecimento. Com essa indefinição onde "cada ator não sabe os limites de seu quadrado", percebemos que o antigo adágio popular que diz "Cachorro que tem mais de um dono, morre de fome" é verdadeiro e atual.
Diante do incidente com a aeronave da TAP no aeroporto de Brasília, onde perdeu parte da asa esquerda ao abalroar uma torre de iluminação, o Consórcio Inframerica disse que a responsabilidade do pouso e da parada completa da aeronave é da Aeronáutica. Tudo o que acontecer de bom será atribuído ao consórcio, como novas lixeiras, novas placas de sinalização e toda a sorte de maquiagem para dar um impacto positivo ao passageiro. Agora, tudo o que der errado já estará sendo procurado o famoso "Kudum" para lhe atribuir o prejuízo financeiro e de imagem.
Os grupos multinacionais que se arriscam nesse nicho empresarial no Brasil, talvez só venham a entender de fato nossos regionalismos, quando estiverem operando dentro de nossa realidade tupiniquim. Com certeza ficarão desapontados com o perigo aviário que estão enfrentando, quando descobrirem que aquela "coruja que acabaram de comprar por papagaio nunca falará, ainda que preste muita atenção!"
Celso BigDog
Correio Braziliense: 
FAB diz que Inframérica e TAP são responsáveis por incidente com avião

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Concessão, eu me lembro muito bem...


CONCESSÃO (Cauby Peixoto)
Concessão
Eu me lembro muito bem
Vivia no morro a sonhar
Com coisas que o morro não tem
Foi então
Que lá em cima apareceu
Alguém que lhe disse a sorrir
Que, descendo à cidade, ela iria subir
Se subiu
Ninguém sabe, ninguém viu
Pois hoje o seu nome mudou
E estranhos caminhos pisou
Só eu sei
Que tentando a subida desceu
E agora daria um milhão
Para ser outra vez Concessão.

Música: Concessão.
Celso BigDog