quinta-feira, 22 de julho de 2010

Hoje tem marmelada?

Enquanto isso, no circo do tráfego aéreo:

- Bem. Agora que o efetivo da TWR está completo, vamos à chamada! Só tem 3S aí?
- Siiiiimmmmmm!
- Asssis?
- Aqui!
- Casssia?
- Sou eu!
- Edssson?
- É – dis-sson!
- Emerssson?
- Pronto!
- Casssandra?
- Aqui!
- Cosssta?
- osssta!
- Jusssto
- usssto!
- Nessstor?
- Ao seu dissspor!

Essa brincadeira me fez lembrar uma passagem com um grande amigo no início da década de 80. Recém-chegado ao SRPV - SP, o 3S Atílio... Ah!... Antes de continuar gostaria de abrir um parêntesis para explicar que no quartel costuma-se abreviar as graduações dos militares da seguinte forma: 3º Sargento é 3S, 2º Sargento é 2S e 1º Sargento 1S.
Bem, onde estávamos mesmo? Ah sim! Recém-chegado ao SRPV - SP, o 3S Atílio dirigiu-se à agência do Banespa no Torreão do Aeroporto de Congonhas para abrir a conta corrente por onde passaria a receber seus proventos. Depois de enfrentar uma longa fila, a um aceno de cabeça sentou-se em frente à atendente. Maravilhado com a destreza com que a moça dedilhava uma espetacular máquina Remington, passou a responder as perguntas:
- Conta Corrente?
- Sim
- Tec tec tec tec tec
- Aeronáutica?
- Sim
- Tec tec tec tec tec
- Seção?
- Torre de Controle
- Tec tec tec tec tec, trim zaaap!
- Nome?
- Atílio Rossi
- Tec tec tec... tec tec … tec … 2S?
- Como?
- Rossi 2S?
- Não, 3S
- 3S?
- Sim. 3S!
- Tec tec tec, zaaap! Prontinho! É só assinar aqui... Obrigado... Próximo!

E foi assim que o Banco do Estado de São Paulo ganhou seu cliente especial de nome:
Atílio Rosssi.
Ai ai ai ai ai! Pensa que é palhaçada é? Pensa?
Celssso BigDog

terça-feira, 20 de julho de 2010

Copa do Mundo de Futebol – Uma brecha na Lei para jogos de azar.

Presidente libera R$ 5,5 bi só para os aeroportos e garante crédito de 20% a mais além da Lei de Responsabilidade Fiscal para que os próximos alcaides das 12 cidades-sede paguem a conta. Então senhores... façam suas apostas! Mas “peraí”! Qual é mesmo o nome do jogo?
- É TRUCO!
- SEIS MARRECO!
- ENTÃO CORTA O ZAP PAPUDO! TE PEGUEI NO BALAIO DE QUEIJO, RATÃO!
Não! Não é Truco. O cacife está muito alto. Se fosse Truco o roubo seria aceitável, mas nesse País roubar é crime. Está parecendo mais um jogo de Pôquer, onde se pode apostar alto, blefar, trocar cartas, alterar o valor das apostas, pegar mais dinheiro com a banca e se endividar de forma indiscriminada. O Governo aposta alto no “Hexa”, mas é o povo que terá de pagar para ver. Êpa! Espera lá. Jogos de azar também são proibidos no Brasil! Ai ai ai ai ai! Acho que alguém está escondendo cartas na manga!

Agora, falando sério!

Ainda que as obras sejam concluídas nas vésperas da Copa, as operacionalidades dos novos layouts aeroportuários, dos novos equipamentos, das novas facilidades tecnológicas estarão expondo os profissionais da aviação a riscos ainda desconhecidos, a situações não experimentadas, a procedimentos não treinados. É imprudência colocar pilotos, controladores, comissários, operadores de rampa e catering, lado a lado com o improviso durante o período de maior volume de tráfego aéreo da história da aviação civil brasileira. Se o risco é conhecido, não há como alegar ingenuidade administrativa, desconhecimento, ou quaisquer outros argumentos que não sejam “imprudência e negligência”.
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2010/07/lula-vai-liberar-r-23-bilhoes-para-obras-da-copa-2014.html
Celso BigDog

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Era uma vez um tal de coronel OVLOV...

“- Eu sou caçador! - Fui treinado para matar! - Não sou de usar meias palavras.” Assim era conduzida uma reunião com meu chefe, um aviador que se gabava de pertencer ao seleto grupo de pilotos de caça da corporação. Exaltava suas qualidades desenvolvidas em incansável treinamento de guerra, e que notadamente, com certa frustração, nunca colocou em prática.
Certa vez, andando a pé pela cidade de São Paulo, mais precisamente pela Avenida Santo Amaro, parou em um ponto onde tomaria a condução para o centro da cidade. O movimento era grande e o espaço destinado à espera assemelhava-se a uma ilha cheia de gente acuada pelos coletivos, como tubarões, indo e vindo num movimento frenético. Parou no meio fio analisando um a um os letreiros dos itinerários das conduções quando alguém passa em sua retaguarda, lhe dá um encontrão e o projeta no meio da pista. Com os olhos esbugalhados, incrédulo, gritou: “Judith” - talvez sua esposa, mãe ou santa protetora - e absorveu o enorme impacto frontal de um ônibus. Desfalecido foi levado ao hospital mais próximo. Após exaustivos exames e algumas bolsas de gelo, concluiu-se que somente uma pequena sequela marcaria aquele fatídico acidente: um estranho quelóide na testa. O médico que o assistiu relatou que durante a inconsciência temporária, delirava e balbuciava palavras desconexas como: “estável na proa...” “prossiga Thor!” “Tempo para encaudamento...” “conta corrente” e terminava sempre com o nome dessa tal mulher: Judith! Judith! Judith!
O irônico e cruel destino, além de desprezar seus 30 anos de treinamento, não permitiu sequer que houvesse uma guerrinha para que o valente paladino pudesse aplicar seu belicoso aprendizado. Mas foi melhor assim. O pior de tudo para sua ufana carreira de caçador, foi que, além de não ter podido aplicar seu aprendizado, terminou sua saga implacavelmente abatido no chão, de frente, e marcado para sempre por seu algoz, que não era um Sukhoi, nem um Hornet, tampouco um Gripen, mas sim, um velho ônibus urbano da marca VOLVO.
Esta é uma estória de ficção que busca alertar o quanto pode ser perigoso e inútil querer aplicar conhecimentos e habilidades específicas no lugar errado.
Qualquer semelhança com pessoas ou fatos terá sido mera coincidência. Vuurrrrrruuuummmmm!!!!!!
Celso BigDog

sábado, 17 de julho de 2010

Humanizando a tecnologia na aviação – Já não era sem tempo!

Excelente matéria. Poderiam ter incluído o acidente do GOL 1907 X Legacy, onde a tecnologia relacionada ao acidente não estava a bordo.

Acidentes aéreos e falhas alteram tecnologia de aviação
Após tragédias, órgãos governamentais e independentes investigam causas para evitar acidentes semelhantes no futuro.
Leandro Meireles Pinto, iG São Paulo
16/07/2010 08:10
Falhas mecânicas, erros de comunicação, colisões no ar, incêndio a bordo. São dos acidentes que surgem os avanços tecnológicos e de treinamento que aumentam a segurança aérea. Após um acidente, órgãos governamentais e independentes investigam as causas e, ao final da investigação, divulgam um relatório com recomendações para que acidentes semelhantes não aconteçam. Confira abaixo alguns acidentes que mudaram as normas de segurança aérea.
Parabéns ao jornalista Leandro Meireles Pinto
Matéria Completa:

Em 2008 apresentei na III Jornada Latino-Americana de Fatores Humanos e Segurança de Voo, em Recife, o trabalho intitulado:
Se tiver um tempinho basta clicar no link.
Celso BigDog

À caça de novos gestores para o transporte aéreo brasileiro.

Assim como já estamos em atraso com as providências para promover a Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016, estamos também atrasados na escolha das novas vítimas, digo, dos novos gestores que promoverão a modernização do transporte aéreo brasileiro. Independente de quem ganhe a eleição presidencial, quem assumirá cada um dos três principais órgãos da Aviação Civil? Quem vai dar conta de, a tempo de assistir o pontapé inicial, gerenciar esse crescimento repentino e fazer essa aviação voar de maneira eficiente e segura? De reformular a regulação capenga que ainda não nos convenceu de sua eficácia? Quem? Por certo já deveriam estar se dirigindo ao embarque nessa canoa furada com uma caneca e uma colher de pau nas mãos. Com a caneca se busca esgotar a água que brota do casco sem parar, enquanto se rema freneticamente com a colher de pau tentando vencer a correnteza.
No meio militar, diante de situação semelhante, já vi um tenente, que ao ser convidado para uma "nobre" missão desse tipo, perguntar: “-Mas o que foi que eu fiz coronel”?

Mais importante do que analisar a retórica presidencial que nos leva a pensar sobre a imbecilidade do atual governo, é ter a certeza de que sobre os próximos escolhidos, que estarão assumindo em janeiro de 2011, não pairem dúvidas quanto à capacidade técnica e habilidade em debelar crises.
O fato é que, conforme lembrou esta semana o secretário geral da FIFA, "Temos de construir alguns estádios, estradas e aeroportos, além de colocar um novo sistema de comunicação e melhorar muito a condição de hospedagem". Só isso!
Celso BigDog